sexta-feira, agosto 27, 2010

Da série humanidade sem noção: A Noiva do Chucky

Por Alê Cavalcanti

Nos último tempos tenho me deparado com alguns comportamentos realmente inusitados do ser humano, como a heteroflexibilidade, os olhos de tigre, entre outros. Mas realmente no quesito "falta de noção" as Noivas de Chucky batem recordes olímpicos!

Nada contra a objetividade nas relações e muito menos a sinceridade porém o limiar entre lutar por um objetivo e literalmente correr atrás do objeto de desejo é muitíssimo tênue... (E tem gente que não percebe... MESMO!)

Mas o que é afinal uma “Noiva do Chucky”?

Explico a vocês, mas não sem antes adverti-los que é uma prática esportiva para aqueles que tem estômago forte. Trata-se de caça... humana!

- Como assim, Alêêê?!

- Assim mesmo: safari! E provavelmente você já foi alvo de um – ou, no pior dos casos- Você já praticou a caça ao namorado, marido ou sei lá o que!

Quem não conheceu o Chucky, aquele bonequinho dos filmes “Brinquedo Assassino”?

Eu me lembro bem dele: cabelinhos ruivos, roupinhas listradas e um olhar maligno que arrepia só de imaginar. Pois bem... lá pelo terceiro ou quarto filme, o diretor, não satisfeito com todos os sustos que já levamos no cinema, resolveu dar ao famigerado bonequinho uma companheira, tão bizarra quanto. Uma bonequinha loura, no melhor estilo “Material Girl”, com olhos negros de kajal e uma cara de psicopata.

Quem não se lembra da cena em que a tal criaturinha aparece vestida de noiva, com um facão na mão, correndo atrás de uma vítima incauta?!

Pensem nessa imagem: vestido de noiva e facão na mão...

BINGO! Essa é a personalidade noiva de Chucky. Uma criatura obsessiva, normalmente por algum relacionamento (que na maioria das vezes só existe na cabeça do próprio).

Eu já tive (e infelizmente ainda tenho!) pelo menos uma meia dúzia de noivas de Chucky ao meu redor...

Quase um campeonato de LeParcour: Alessandra correndo desesperada na frente, se jogando por cima de tudo e a pessoa atrás. Parentesis aqui: isso não lembra a cena inicial do 007 em Cassino Royale. Risos. Sou capaz de subir num guindaste daqueles pra escapar de um psicopata!. Fecha parêntesis!



Noiva de Chucky versão wireless é aquela que te liga uma, duas, três... dez, quinze vezes repetida e exaustivamente até você atender. E manda mensagens perguntando porque você não está atendendo, ou dizendo que você não precisa mais ligar (lóógico... afinal depois de tantas ligações ela realmente não queria falar com você! =P). E te constrange porque você está no meio de uma reunião ou na sala do chefe... How bizarre!



E as que te chamam no msn nos piores momentos e ficam te dando BUZZ porque você (ainda) não respondeu as 349 perguntas que ela escreveu em 2 minutos? E te cobram mil satisfações sobre “com quem você está falando ao invés de mim!?”... Mais uma Noiva de Chucky! A Virtual...



E a noiva de Chucky “Social”? É aquela que te adiciona no Orkut, no Windows Live, no Linked In, futuca o seu Facebook e de todos os seus amigos, lê todas as suas mensagens, vê todas as suas fotos no seu FlickR e as dos seus 628 amigos (pra ver se te acha). Aí, quando te acha quer saber quem são aquelas pessoas, onde, quando, porque, como, etc. etc. etc. E quando não te acha ainda é pior: o que você está escondendo que não postou nada?



Identificou alguém que você conhece? Ou pior: identificou-se?

Então cuidado: quando você menos espera ela ou ele estará na sua porta, vestida de noiva e com um facão na mão. Prontinho pra te levar pro altar. E te assombrar pro resto da vida! =]

quarta-feira, agosto 25, 2010

Trocando elogios

por Isadora Lemos

Depois daquela tarde maravilhosa o casal conversava na cama. Lá pras tantas, nem se lembram porque, começaram a falar de um amigo em comum que tinha um certo tique nervoso: piscava horrores quando estava tenso. E como acontece em qualquer boa família, ela, toda inocente, “levanta a bola” pra ele “cortar”:
 - Eu tive um namorado que também tinha esse problema. Ele piscava tanto que quando a gente tava brigando eu não sabia se ria ou ficava séria...
 Ambos ficam rindo por alguns segundos. E então ela continua:
 - A gente até se sacaneava. Falávamos que éramos a “fofinha e o piscante”.
 Ele é do tipo “perde a garota, mas não perde a piada”, então ele não se aguentou e soltou a "pérola":
 - Como assim ERA? Você tá dizendo que não é mais fofinha?
- Não. Só tô contando uma história no passado...
- Ahhhh, bom! Achei que vc não se ERA mais fofinha.

Alguns minutos de silêncio depois, ela enfim se toca do ocorrido e toma coragem de contra-argumentar:

- Nossa, é impressionante como você sabe melhorar a auto-estima de uma mulher. Pra que terapia hein?

Falou isso, mas na verdade pensou como era mal educado. Fala sério!!! Não recebeu educação não?? Depois lembrou e concordou com que a amiga Isa que sempre falou: que o 2º grau pra homem deveria durar 4 anos, pois durante um ano eles tinham que estudar só BOM SENSO, EDUCAÇÃO e CAVALHEIRISMO, pois isso era uma coisa que eles não conseguem obter na convivência normal com as pessoas.

Então ela toma mais coragem e continua:

- Poxa, eu não fico falando dos seus defeitos. Quando eu começar a falar você vai ver só...
- Ahhh, pode falar. Vou me divertir.
- Ah eh?! Então vamos lá... Pra começar tem essas cuecas estilo “santropeito” que vc usa que vai quase até o umbigo. Se vc soubesse como me dá tesão... loucura, loucura, loucura....

Ela ri depois do deboche e continua:

- Sem contar com esses seus dentes tortos...

Ele mostra um dente e pergunta:

- Tá falando desse que é pra dentro?
- Não!!! To falando dos 2 da frente que são meio pra fora. Você tinha que usar aparelho fixo por anos...

E enfim ela dá o golpe final:

- Sem contar com esse preto no meio dos dentes da frente.... Você já fumou alguma vez?
- Não.
- Pois é, mas parece...

Passam um momento em silêncio. Ele finge que tá levando na brincadeira mas no fundo tá surpreso porque na sua total “modéstia”, ele achava que não tinha defeito....

No dia seguinte ela começou o regime e ele procurou se informar sobre tratamentos dentários. Sem contar nas várias novas cuecas que foram compradas. Coincidentemente todas de modelos mais moderninhas.

Se eles viveram felizes para sempre depois disso?
Só Deus sabe...

terça-feira, agosto 24, 2010

Da serie coisas que só acontecem comigo. Souvenirs no elevador.

por Alê Cavalcanti

Estou eu saindo do elevador atrasada, total Lady Gaga Morning e o porteiro esta, como sempre, bloqueando minha saida com um belo sorriso de bom dia.

Parentesis aqui: acho que a galera da seguranca do predio deve ficar me tocaiando pela camera do elevador pois ando percebendo que toda vez que eu desco, algum deles esta me aguardando a porta com calorosos cumprimentos. Simpatia suspeita, ne? Nao imagino que eles fiquem ali o dia inteiro esperando alguem passar...

Whatever... Voltando a historia: imediatamente apos ganhar minha saudacao matinal, o porteiro entra no elevador, se abaixa gentilmente para pegar um objeto no chao e diz...- Dona Alessandra, a senhora deixou cair a sua.... cueca!?- Hein?!?!?!?!?!- Ahnn, beeeem (momento de embaraco do porteiro abrindo o famigerado objeto e me mostrando) ... ela estava no elevador com a senhora...

Olhei para aquela boxer da Harley Davidson, fiz um retrospecto básico da minha vida e - infelizmente- nao tive nenhum flashback... merda!

- Pô, Wagner, certamente nao eh minha! Eu la tenho cara de quem usa cueca?!

Mas pensei ca com meus botoes... "Bem que podia ser um souvenir com dedicatoria daquele gato do 5o andar... " E sai correndo pro carro antes que eu propusesse um resgate pelo objeto perdido... Rs

Coisa de gente moderna: heteroflexibilidade

por Alê Cavalcanti

Mais uma da série coisas que só acontecem comigo, pra agravar minha sensação de que nasci na década errada - ou talvez no planeta errado!
Numa dessas noites do Rio de Janeiro, estava sentada no bar com alguns amigos quando fui apresentada a um novo conceito de Marketing Masculino. Praticamente um novo produto. Coisas de homem contemporâneo: a heteroflexibilidade.

Heteroflexível, ao contrário do que a palavra pode nos levar a pensar, não quer dizer bi-combustível, ou seja, não necessariamente implica gostar de meninos e meninas. Para esses já existe a classificação bissexual, genteee!

Heteroflexível, ou heteroflex (para os íntimos) é aquele homem que "no contexto da heterosexualidade gosta de práticas flexíveis". Traduzindo para aqueles que (assim como eu) ainda não entenderam: o homem heteroflexível é o ser contemporâneo que dentro de uma relação com o sexo oposto se permite experimentar novas experiências. Segundo os praticantes dessa nova modalidade de comportamento, "desde que seja com mulher, vale tudo!".E vale tudo MEEEESMO, minha gente!Segundo o nosso amigo e criador do termo (não dá prática porque acho que isso deve ser mais antigo que a velha Roma) tudo é permitido: mão naquilo, aquilo na mão, aquilo naquilo, aquilo no outro aquilo, mão no outro aquilo e outras partes do corpo em outras partes do corpo desde que com o sexo oposto. Bem, gosto não se discute.Imediatamente enquanto ouvia essa explicação, na mesa do barzinho, à seco (Socorro, as caipis não chegavam e eu definitivamente precisava de algum entorpecimento afinal o papo começava a me dar algum embrulho no estômago!) comecei a imaginar as situações mais bizarras e inusitadas e, como boa tecnóloga, não contive o impulso de perguntar detalhadamente sobre o escopo funcional do produto (vai que me deparo com um deles, não quero levar gato por lebre):

EU: - Mas e se tiver outro cara com você e a garota, vale?"
ELE: - Lógico, desde que o cara não me toque.
EU: - E vale brinquedinhos? Tipoooo (nesse momento tive vergonha de perguntar, mas fui adiante)... EM VOCÊ? (cara de espanto).
ELE: - Vale, claro.
EU: - Mas brincar com o seu Marquês? (de Rabicó, pessoal, tenho vergonha de falar essa palavra em alto e bom som pra um cara!)
ELE: - Dentro da heterossexualidade sou um homem sem fronteiras. (Eu fiquei pensando nas minhas fronteiras. Fala sério. Esse mundo ta perdido!)
EU: - Bom, então ta, então, né?! (e eu um pouco mais decepcionada com a raça masculina).



Saí desse papo meio deprimida, com a sensação de que as pessoas estão cada dia mais estranhas. Ou talvez a estranha seja eu. Sei lá... dentro da heterossexualidade, sou convencional. Essas modernidades ainda me assustam um pouco.

Definitivamente... Coisa de gente "muderna"! (demais pra mim)
 

Solteira no Rio de janeiro